leram-me

quarta-feira, 30 de março de 2011

:(

"T, estás com algum problema? Andas muito triste ultimamente..."
"Não gosto da minha vida, professora..."
"Porquê? Há alguma coisa a correr mal?"
"Sinto-me sozinho...não tenho ninguém perto de mim! Nada faz sentido!"

E assim se esmaga um coração...e assim se acaba com um dia, que até podia ser perfeito...e assim se instala a certeza da nossa pequenez e da nossa capacidade de resolver todos os problemas de uma criança com 8 anos...com palavras próprias de um adulto e sofrimento escusado em qualquer idade!

Estes últimos meses não têm sido nada fáceis...a "nuvem" por cima da minha cabeça anda cada dia mais negra e carregada...já não me acompanha só por casa...segue-me para o trabalho também! Mas quando começará a primavera para correr com esta malfadada nuvem negra???

quinta-feira, 24 de março de 2011

Dai-me a paciência necessária!!!!!!!

Hoje percebi da pior maneira o que sentia a minha professora primária perante a azelhice de um ou outro colega menos dotado de inteligência ou perspicácia...nem sempre estamos preparados para enfrentar quem faz tanta força para não ouvir o que dizemos...e depois de milhentas explicações eis o resultado:

Lição nº1 a não levar em conta - "pomba" é um nome colectivo!
Lição nº2 a levar em conta - "soldado" tem sinónimos a mais e nunca mais se chega a "exército"!
Lição nº3 a não levar em conta - "trouxe" é um pronome pessoal!

Assim está a crise na Língua Portuguesa!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Órfãos de pais vivos

É em dias como o de hoje que agradeço o PAI e a MÃE que tenho, que agradeço tudo o que me ensinaram, que agradeço todo o amor que me deram. Já ouvi histórias de órfãos de pais vivos, mas só hoje me bateu de frente esta triste realidade. Nenhuma criança deveria proferir frases como " A minha vida não faz sentido...". Estamos sempre preocupados com os palavrões...mas o que são aquelas palavras, senão palavrões dos mais feios que se podem ouvir???
Há uns tempos li um texto sentido a um pai vivo-morto. Devo dizer que me apertou de tal forma o coração que nunca mais o esqueci. Só hoje reflecti que, o adulto que o escreveu foi uma criança órfã de pai vivo, tal como aquela com quem partilho algumas das minhas horas e que hoje me deixou sem chão.
Ser pai ou mãe é de facto uma grande dádiva...e não deixa de ser irónico como sofre alguém que não consegue ter filhos e só quer amar incondicionalmente alguém e como faz sofrer alguém que se demite da sua função maravilhosa de ser pai e tem alguém que o ama incondicionalmente...mesmo numa ausência fúnebre!

domingo, 20 de março de 2011

Ausência

Anoitecer...
Pés descalços no terraço...
Chão quente debaixo dos pés...
Cheiro a flores no ar...

Falta aqui alguma coisa para ficar perfeito...

...

Mais um dia absolutamente vazio...

sábado, 19 de março de 2011

Qualquer um pode ser pai...mas só alguém especial pode ser Papá!

Olho para ti e vejo muito do que vivi e aprendi contigo! Sinto as dificuldades que atravessamos juntos mas igualmente as alegrias que partilhamos! Sinto um orgulho imenso pela pessoa que te tornaste, pois conseguiste provar-me que sim, as pessoas podem mudar para melhor! Sinto que muitas vezes não retribuo da maneira que gostaria tudo o que me dás! Sinto que o amor que te tenho é maior do que o espaço que tenho no peito! Sinto que, se ao nascer te escolhi, como tu dizes, foi a melhor escolha da minha vida, pois contigo sou mais feliz...
Amo-te mais do que algum dia poderei expressar, Papá!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Amor é...

O amor é genuíno quando os actos falam por si...por mais simples e banais, por mais insignificantes que possam parecer...tornam-se grandiosos e inesquecíveis para quem os vivencia...

Ontem, após ter lido a história "Amor, Que Nojo!", percebi que para as crianças, procurar uma joaninha para a professora (porque ela adora joaninhas!) é uma acto de amor! Percebi que um beijo e um abraço fazem toda a diferença...Percebi que um desenho tem mais significado do que por vezes conseguimos entender...Percebi que estou rodeada de amor genuíno por todos os lados...e ainda assim me queixo!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Lição para MIM!

É efectivamente clara a posição dos outros perante os teus problemas...
Se contares anedotas e sorrires muito, tens companheiros para a vida! Se te queixares...aí cuidado porque o terreno é mais perigoso, e podes dar por ti a tentar livrar-te das areias movediças sem ajuda. Assim é a vida! Vivendo e aprendendo que, por mais amigos que tenhas, os problemas são teus e só tu os podes resolver! Em vez de te pores com conversas negativas e depressivas para quem sorri ao teu lado, começa a falar sozinha...desabafas na mesma e incomodas menos!

Famílias Modernas

"Vais dar isto ao teu pai antigo ou ao novo???"...a pergunta deixou-me perplexa! Pensava que as crianças, super resistentes que são, estavam mais do que adaptadas a estes novos conceitos de família! Na realidade estão tão confusas quanto eu! No meio de padrastos e madrastas, meios irmãos e enteados, namorados e namoradas é normal que a confusão se instale...
Lá tentei explicar que pai há só um...insubstituível...podemos é ter a sorte de ficarmos com alguém que nos ama igualmente e que trata bem de nós... "Mas, e se os pais morrerem?? Os novos pais substituem os pais antigos???"...Já vêem bem a minha vidinha! É só perguntas fáceis...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Geografia Fálica...


"Stôra...com que se parece o Uruguai???" A pergunta foi seguida de umas risadinhas que me deixaram um pouco inquieta. Ao olhar para o mapa, a primeira pergunta que me surgiu foi: "Mas tu por acaso já viste alguma coisa parecida com isto??". Rapidamente desisti da pergunta, visto a criançada de hoje em dia estar bastante pro-activa, sexualmente falando... Em vez da pergunta que martelava a minha cabeça, saiu: " Visto daqui, parece-me um país da América do Sul!". A insistência estava para ficar, bem como as gargalhadas, típicas da aborrescência! Um abrir de olhos e um tom assertivo foram o bastante para a normalidade voltar à sala!
Não sei como o professor de Geografia se safa a essas perguntas...eu nunca fui boa aluna a Geografia, mas não me recordo nunca de olhar para o Mapa Mundo e ver formas fálicas! Via sim um enormíssimo problema, sempre que me perguntavam: "A Russia faz fronteira com que países?"
Como o Mundo muda em (apenas) 20 anos!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Alguém pode responder?

Como se passa de conforto a desconforto?
Como é que uma pessoa passa de confidente a estranha?
Como é que uma amizade promissora se transforma em ... nada?

Apesar de doer, já não atormenta esta ausência, esta atitude que ainda me custa a entender. Mas, não deixa de ser estranho ver o que outrora foi cumplicidade passar a uma desconfortante formalidade...assim...sem mais nem ontem!

São assim as escolhas de cada um...a liberdade, o livre arbítrio...o importante no meio disto tudo é que sejas feliz assim! E se o és...óptimo!

Perder amigos não é fácil, mas hei-de sobreviver!

Possibilidade de aguaceiros...e abertas para o fim da tarde!

"Há sentimentos que nos empurram para o abismo...", foi-me dito, ontem, no meio de desabafos e confidências. De facto há alturas na vida em que os dias de chuva (ainda que cheios de um sol maravilhoso)teimam em ficar...aquela nuvem negra, que nos acompanha para todo o lado, não descarrega, não desaparece! Tudo corre mal e não há nada que nos ponha para cima! A vida transforma-se num terrível dia de tempestade e a única coisa que apetece é ficar, quietinho, debaixo de uma manta, à espera que o mau tempo passe! Mas, em silêncio, iniciamos uma caminhada para o abismo, feita a passos trôpegos e cegos, pela força da chuva...
Felizmente, a vida é como o tempo...imprevisível! E no meio da tempestade, de repente, surge um raio de sol...e se nos agarrarmos a ele e acreditarmos que atrás daquela nuvem negra há um fabuloso e radiante arco-íris, o dia transforma-se em cor e brilho! O que outrora era negro, já não é! O abismo está ali...a um passo de distância. Mas podemos escolher dar a volta e caminhar noutra direcção!
Hoje a minha meteorologia dita " possibilidade de aguaceiros...abertas para o fim do dia!" Resta-me esperar e acreditar nem que seja numa fabulosa noite de luar!

terça-feira, 8 de março de 2011

Sou MULHER....e gosto!

Chamam ao dia de hoje Dia Internacional da Mulher. Eu interpreto-o como uma homenagem a seres que, apesar da aparente fragilidade, se revelam mais fortes do que elas próprias imaginam.
Debate-se muito a igualdade, hoje em dia. Pois no meu ponto de vista, igualdade só mesmo nos direitos. Não somos iguais! E devemos gostar e aceitar todas as particularidades que nos separam e distinguem do homem. Não quero com isto, de forma nenhuma desvalorizar o eterno companheiro de vida, o homem! Mas de facto, ter um trabalho desgastante, ocupar-se dos filhos, do marido, da casa, do pequeno almoço, do almoço, do jantar, das doenças e más disposições, dos problemas económicos e existenciais e fazer tudo isto de saltos altos, não é tarefa fácil, nem está ao alcance de qualquer género!
Sou mulher...e gosto! Gosto de poder expor os meus sentimentos, sem que me chamem panisga...gosto de poder chorar depois de um filme romântico, só porque sim...gosto de ter acessos de fome e poder culpar o TPM...gosto de poder usar todo o tipo de acessórios e cores, sem correr o risco de olharem para mim de canto...gosto essencialmente de ter a certeza absoluta de que sou muito mais do que por vezes me querem fazer parecer...

segunda-feira, 7 de março de 2011

É Carnaval...ninguém leva a mal!

Hoje a Segunda-feira veio mascarada de Sábado! Acordou solarenga e preguiçosa...
Espreguiçou-se, bebeu um pouco de vida, respirou fundo e, enganando tudo e todos, trouxe vontades estranhas e ímpetos incomuns...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Era uma vez....

As inseguranças são coisas difíceis de ultrapassar. Ontem ultrapassei uma! E que bem que me soube!
Há muito que queria começar a ler histórias...mas a verdade é que me assustava a plateia. As crianças são seres excepcionais! Mas tão verdadeiros que chega a doer! Sabia bem que não haveria ali lugar para mentirinhas piedosas...
Enchi-me de coragem e, com a barriga às voltas, os nervos em franja, atirei-me de cabeça:
"Era uma vez...Não! Era duas vezes..."
Pufffff....insegurança eliminada ao cabo de 7 palavras!

No final da história, ainda com olhinhos esbugalhados cravados em mim, e sorrisos rasgados a combinar com o meu, veio a bomba:

" Leitura brutal, professora!"

Sozinha com os meus pensamentos concluí que apenas andei a perder tempo, adiando esta vontade, que me faz tão feliz! E se não gostassem? Se não gostassem teria apenas de encontrar outra forma...outro caminho...outro tom...desde que a paixão se mantivesse intacta! Aí reside o segredo: se é feito com paixão, dificilmente será mal feito!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Que metáfora de Vida!

Existem diversas metáforas, comparações e analogias à vida. Eu própria já escrevi neste mesmo lugar que a vida é como um caderno diário, mas também gosto particularmente da ideia de a ver comparada a uma caixa de chocolates...nunca saber os sabores que se vão encontrar lá dentro ou, de a encarar como uma caixinha de surpresas (já que estas são sempre conotadas com algo positivo!) e até mesmo com uma peça de teatro, já que são emocionantes, criativas e únicas . Contudo, estes dias ouvi algo inquietante. Alguém comparou a vida a uma viagem de montanha-russa: as subidas são sempre emocionantes e divertidas...já as descidas são desconcertantes e complicadas. A viagem nem sempre é agradável, mas, no final, quando saímos do carrinho e fazemos um balanço da experiência, este é positivo e o sorriso está lá! Devo dizer que já andei numa montanha-russa e que o medo me assombrou todo o tempo! No fim, as pernas tremiam-me de tanto pavor e tive de ser ajudada a descer...nem sequer fiquei bem na fotografia! E jurei que a experiência não seria repetida...jamais! Assim sendo, e fazendo a analogia com a minha vida, o que quererá dizer? Que não vou gostar, vou ter medo o tempo todo e no fim ainda saio com as pernas a tremer e mal na fotografia??? Ai...não pode ser!

No fim das contas feitas, e vistas bem as coisas, não importa o tamanho da montanha russa, o conteúdo da caixinha de surpresas, o sabor dos chocolates, se a peça de teatro é um drama ou uma comédia, ou até mesmo se o caderno diário acaba todo rabiscado...o mais importante é quem levamos no coração, de toda esta experiência maravilhosa que é a Vida!

(Último paragrafo alterado depois de ter pensado nas palavras sábias da Daniela!)

terça-feira, 1 de março de 2011

Primeiro Amor

Os reencontros são todos importantes. Fazem-nos valorizar quem outrora perdemos, obriga-nos a voltar atrás no tempo e repensar muito do que fizemos!
De repente voltei aos meus imortais 15 anos e a muitas das vivências que marcaram a minha vida!
Ainda que as inseguranças tivessem ditado grande parte dos meus dias de adolescente, foram outras memórias que, melancolicamente me fizeram percorrer uma vez mais o pátio do liceu, o corredor do Pavilhão 2, onde aguardávamos o início da aula, sentados no chão, proferindo nada mais do que absolutas palermices! Aos 15 anos o mundo resume-se à escola, aos amigos, a um grupo de música e pouco mais. Eu não fui excepção. O mundo era simples e perfeito!

Há momentos muito especiais que se tornam únicos na nossa vida! Foi com 15 anos que me apaixonei pela primeira vez. Não de forma platónica, uma paixão real...e correspondida! Claro que, como qualquer paixão começou com a ideia de eternidade, pelo menos na cabeça tonta de uma "aborrescente", mas acabou por ser intensa e fugaz, como qualquer outra paixão!
18 anos depois vi-me obrigada, e ainda bem, a procurar nas minhas caixinhas da memória, por tudo o que vivi naquele curto espaço de tempo. Ainda hoje, se fechar um pouco os olhos, me recordo do primeiro beijo...doce...atrapalhado...com borboletas a bater as asas furiosamente no meu estômago... Lembro-me das minhas palavras e do seu olhar doce, que inspirava confiança. Não eramos mais do que dois miúdos, tontos, a tentar viver um momento intensa e rapidamente, como se o amanhã não existisse! Possivelmente, aquele beijo, que para mim fora o primeiro, não durou mais do que um minuto...na minha visão das coisas, durou o tempo suficiente para ficar preso na minha doce memória para sempre. Um primeiro tocar de lábios mexe sempre com as emoções, mas quando é mesmo o primeiro, quando não se sabe qual será a sensação que dali advém, os segundos que o antecedem são de facto avassaladores. Tive a sorte de trocar o meu primeiro beijo com alguém que merece a recordação e a faz permanecer no tempo.
Dizem que o primeiro amor nunca se esquece e é bem verdade! A inocência, o desprendimento, a ternura, a simplicidade de tudo o que faziamos juntos são coisas que jamais irei esquecer e guardarei para sempre num lugar especial do meu coração.

Por diversas vezes procurei aquele nome no Facebook, sobejamente conhecido por reencontros...mas infelizmente, com 15 anos não há apelidos...apenas nomes próprios ou alcunhas, que muitas das vezes não nos acompanham na vida adulta.

18 anos depois, reencontraste-me no mesmo sítio onde te procurei, tantas vezes!
18 anos depois, já com as nossas vidas resolvidas e entrelaçadas noutras vidas, temos a sorte de podermos fechar os olhos e relembrar com carinho a doçura do amor aos 15 anos!

Beijinhos...muitos muitos e tantos, da Su...e obrigada pelas boas recordações!