Lembro-me tão bem da azáfama vivida nesta época.
Lembro-me de contar os dias, as horas, os minutos que, por serem contados, custavam a passar.
Lembro-me de aguardar as férias para assistir ao Natal dos Hospitais, no chão da sala, de pijama e robe.
Lembro-me da chegada do bacalhau, embrulhado em papel mata-borrão, que tinha dia marcado para ser demolhado.
Lembro-me da busca divertida pelo musgo mais bonito, para servir de tapete ao mais belo presépio, que o avô fazia.
Lembro-me da ceia, com 20 pessoas à mesa, do cheiro das couves e do bacalhau, de molhar o pão em azeite.
Lembro-me da lareira e de jogar ao rapa a pinhões, que saiam das pinhas que apanhávamos do chão durante toda a semana.
Lembro-me de nem sequer ouvir questionar a existência do Pai Natal, porque o importante era o Menino Jesus.
Lembro-me de colocar a bota debaixo do pinheiro, de ver 10 botas iguais à minha, vazias, expectantes pelo dia seguinte.
Lembro-me de acordar e correr para a árvore.
Lembro-me de ficar delirante com o único presente que havia mas ficar igualmente feliz com os chocolates que enchiam a minha bota.
Lembro-me da partilha de sorrisos.
Lembro-me de receber os vizinhos, que adoravam o nosso Natal, e das cantorias até quase de manhã...
Lembro-me dos Natais passados...e tenho pena de não poder voltar atrás no tempo e reviver tudo, outra vez, com a mesma vontade, o mesmo espírito...e acima de tudo...com as mesmas pessoas...
impossível ter os que já lá foram
ResponderEliminarkis .=)
é pena não podermos voltar no tempo :/
ResponderEliminarnão tenhas pena... recorda apenas com uma enorme saudade :)
ResponderEliminarpois a vida continua e o presente tem de ser vivido com a mesma intensidade de outrora para que num futuro este presente, seja uma enorme saudade... feliz **