Naquele tempo os olhos de criança funcionavam como verdadeiras lupas...o colo do pai era enorme e reconfortante. A mãe era a mais bela das mulheres. O avô era tão, mas tão alto, como uma torre...e eram precisos bicos de pés e umas costas curvadas para que o abraço se desse. A comida da avó era a mais saborosa iguaria de todas e o Natal dos Hospitais era um programão! A mesa de Natal parecia não ter fim...e onde hoje mal cabem 8, cabiam 20! O presépio estendia-se por metros e metros sem fim, (quando na realidade ocupavam a superfície de uma cristaleira). Os pinhões eram retirados das pinhas, apanhadas a custo, dos pinheiros que pareciam tocar o céu... e aos quais subíamos com uma estranha facilidade.
Naquele tempo o sonho comandava a vida e a leveza dos dias ajudavam à crença numa vida boa e feliz.
Hoje as concretizações são muito poucas...os sonhos não passam disso mesmo. As pessoas imprescindíveis passaram a memórias e a mesa de Natal está cada vez menor. O Natal dos Hospitais banalizou-se e dá em todos os canais. O presépio já não tem lugar na cristaleira e resumiu-se a 3 imagens...e os pinhões são pagos a preço de ouro e saem de invólucros de plástico, de uma qualquer prateleira de um hipermercado.
Naquele tempo os dias passavam mais devagar...hoje, atropelam-se e sobrepõem-se uns aos outros, com ânsia de cada um ser mais rápido que o outro...e mais vazio de tudo.
Quero muito um Natal Vintage...com as cores daquele tempo em que a inocência me fazia sonhar mais!
ainda podemos fazer o Natal ter o seu verdadeiro significado, depende de nos :)
ResponderEliminarAi que saudades desses Natais dos Hospitais!
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