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terça-feira, 12 de novembro de 2013

O que fica?

O que fica de uma vida de 36 anos? O que teria valido a pena se eu desaparecesse hoje? Do que se lembrariam os outros? Que partes de mim ficariam nos seus corações? E por quanto tempo? 
Ontem deu-se o último adeus a uma vida com 36 anos...a uma vida igualzinha à minha, em longevidade...a um filho amoroso, caloroso, afetuoso...de sorriso fácil para todos, sem excepção! Perdeu-se uma vida com 36 anos! Uma vida que não deixa filhos que continuem o tão pouco que conseguiu conquistar. Deixa pais sobreviventes, numa dor imensa e saudosa do seu "menino"...um humanista, defensor acérrimo dos animais, genuinamente BOM! Mas parece que é mesmo como diz a canção: " Só Deus tem os que mais ama!"
Ontem, tentou encontrar-se conforto nas palavras...que não existem para apaziguar a dor, a incredulidade de ver partir para sempre alguém que parece ter acabado de chegar. Ontem, estas foram as palavras que ficaram ligadas ao sorriso tão bonito do Miguel...

Chegou o outono
Ainda com sol,
Ainda com folhas,
Ainda com vozes
De asas e voos
E eu fui voar.
Chegou o outono
Ainda azul o céu,
Ainda branda a brisa,
Ainda leve o ar...
Chegou o outono 
E eu fui respirar.
Enroupei-me de pássaro
Rodopiei sem parar
Subi às alturas
Aqui vou ficar.
Em dias mais tristes
Se a saudade atiçar
Olhai as estrelas
Eu hei de lá estar.
                                   
                                                Isabel Fidalgo

2 comentários:

  1. é duro de mais perder alguem assim...

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  2. Custa muito perder alguém que amamos, ainda para mais quando se tem uma vida pela frente. Nem a lei natural da vida parece bater certo.

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