Em tempos de dificuldade emocional, custa perceber que tudo acaba por passar. As dores de ontem são apenas recordações, histórias que contamos com conhecimento de causa, lições para hoje e amanhã...já não doem como outrora, já não são lavadas por lágrimas, já não perturbam o nosso sono, incessantemente... Deveria, então, haver uma outra clareza quanto às dores de hoje. Deveríamos saber lidar com elas, encará-las com positivismo e até aceitá-las como um meio de aprendizagem. Contudo, as dores de ontem também causam amnésia. Esquecemo-nos que tudo acaba por passar, que não há dores eternas, que todas as feridas acabam por fechar. As cicatrizes continuam lá...e a sensibilidade total não é recuperável onde existem cicatrizes...mas tudo passa. Por isso mesmo, as dores de hoje são vividas com a mesma intensidade que as de ontem, com a mesma certeza de eternidade, com a mesma impotência.
Em tempos de dificuldade emocional custa ter esperança no amanhã, e no meio da confusão, da tempestade em que nos vemos enfiados, não há como encontrar uma saída, a luz ao fundo do túnel. Ela está lá, tosca, fraquinha, como que à espera de ser recarregada pela nossa crença na mudança para melhor. Infelizmente, nem sempre a encontramos com a rapidez desejada...
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