Demos as mãos e ficamos com elas apertadas durante o tempo que achaste necessário. Ias apertando forte e soltando devagar, sem nunca as largar. As tuas mãos, vividas, enrugadas pela longa e dura vida, contrastavam com as minhas que, apesar de jovens e lisas, tendem a baixar-se com a certeza de te perder. Quis agarrá-las junto ao peito e gritar bem alto que te quero aqui perto de mim, mas não te quis assustar...e permaneci, mão na mão, afagando-te a pele, como que se estivesse a sanar todo o mal que te consome. Já sabes o quanto gosto de ti, porque to tenho dito, no meio de beijos medrosos de serem os últimos, mas possivelmente não sabes como és importante para mim. Ou talvez saibas, porque partilhamos toda a minha vida...É difícil dizer adeus, sem saber se o voltarei a dizer. É difícil ver-te envelhecer anos num curto período de meses. É difícil sentir agarrares a minha mão, como se estivesses em busca de ajuda, e não ser capaz de ta dar. Mas dar-te-ei a minha mão, as duas, se quiseres, sempre que quiseres, durante o tempo que quiseres...e nunca largarei a tua...e afagarei a dor da incerteza que vejo nos teus olhos, acariciarei a tua pele enrugada pelo tempo, numa tentativa desesperada de minimizar o que sentes, combatendo junto contigo o medo que tens da solidão. Não estarás sozinho, jamais!
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