Ninguém devia morrer aos 28 anos.
Uma morte violenta choca-nos sempre, principalmente quando a vítima é ainda tão jovem. Costuma-se dizer que ao nascer e ao morrer, há sempre muito que dizer e na verdade muito se diz sobre este acidente do Angélico. Afinal, era uma figura pública, adorado por uns e detestado por outros, como em todos os casos (não se pode agradar a gregos e troianos). No meio desta tristeza, que é a morte de um jovem, no auge da sua vida, fica-me apenas uma lição: a linha entre a vida e a morte é de facto muito, muito ténue. E esses pseudo-moralistas que dão grandes lições de moral sobre velocidades e cintos de segurança que atirem a primeira pedra se nunca erraram, se nunca falharam na estrada. Costumo ser bastante cautelosa no que diz respeito à velocidade, até porque tenho pavor! Mas já viajei sem cinto algumas vezes, no banco de trás então, era sempre! Já falei ao telemóvel, enquanto conduzia, uns milhares de vezes. Já fiz viagens com a cabeça noutro lugar e dei por mim a fazer todo o percurso por instinto. De facto para acontecer, basta termos um carro e viajarmos nele. Perderam-se duas vidas. Perderam-se dois sorrisos. Perderam-se dois filhos. Perderam-se dois cidadãos. E as perdas merecem todo o nosso respeito.
Não é justo, não é digno, não é nada. Não devia de ser sequer! Mas aconteceu. Nunca esteve nada nas nossas mãos e ainda assim, sentimos uma impotência descomunal. Eu pelo menos sinto e não sou/era (sei lá) uma grande fã dele. Seja Angélico, Julieta, Maria ou Manel, estas são coisas que me angustiam continuamente... as coisas não deviam ser assim.
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A morte é uma certeza, mas uma certeza difícil de engolir...
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