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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Casei...e agora?

No casamento de uma amiga, este fim de semana, surgiu a conversa das mudanças que acontecem nos casais depois de assinarem o papel. Numa conversa leve e franca, sem falsos moralismos e conversinhas da treta, nós, as casadas, lá fomos chegando à conclusão que tudo muda quando um casal casa. Não é um conto de fadas nem a vida a dois é cor de rosa (é que não paro de me surpreender com notícias de divórcios, alguns deles até violentos, de casais que exultavam amor por todos os poros!)! As fachadas nunca foram o meu forte. E é normal um casal que partilha toda a sua vida, a intimidade, os tiques e manias, os bons e maus hábitos, economias nem sempre fáceis, tenha questões a discutir. Lá falamos dos homens, que adoptam uma postura mais relaxada em relação a nós, mulheres. Ficam menos afectuosos, mais machos...e depois, a ferros lá saiu a confissão de que nós também mudamos. Creio que estas mudanças são muitas vezes inconscientes...mas lá que existem, existem.
Estranhas as relações humanas. Como podem mudar, quase do dia para a noite. Como são controversas, por vezes. No decorrer da conversa, fui-me apercebendo que eu e o meu marido não somos de outro mundo, não somos os únicos a ter problemas (muitas vezes por coisa nenhuma), não somos os únicos a lidar com a insegurança. Gostei da partilha de vivências e de pontos de vista. Gostei de perceber que todos os problemas não são de facto sinónimo de perda de paixão, mas apenas uma pequena parte do crescer a dois, de formar uma nova família. Nem sempre as mudanças são bem vistas, mas são com toda a certeza necessárias para a formação e evolução de uma vida a dois. Acredito que quando chegam os filhos as mudanças fazem-se sentir novamente...e até com mais voracidade. Se pensarmos bem no assunto, porquê pensar que nada muda com o casamento, quando na realidade a mudança é atroz? Passa a ter de se partilhar tudo, não se pode sair e pensar no assunto no dia seguinte ou daí a alguns dias, não se pode virar as costas às situações menos agradáveis porque elas estão mesmo ali, no meio do que é nosso...NOSSO...não MEU...não TEU...NOSSO! Haverá algo mais maravilhoso e perturbador do que deixar de ser EU para passar a ser NÓS? 

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