leram-me

sábado, 31 de dezembro de 2011

Desejos do último dia do ano!


Este ano vou ser muito comedida e encurtar a lista de desejos para apenas UM! 
Se este desejo se realizar, fará valer a pena toda a dura caminhada...

A todos um Feliz 2012, a transbordar de realizações! 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Adenda

Como pude não destacar o melhor acontecimento de 2011?
Nasceu o meu príncipe...o doce Tobias, que fez de mim uma tia mais do que babada!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011 fechado para balanço

Comecei este ano de forma descontraída e cheia de esperança. Tinha a certeza que finalmente as concretizações iam ser isso mesmo. Iam deixar de ser vontades, desejos e sonhos e iam acontecer. 2011 ia definitivamente ser O ano. Aos poucos fui-me apercebendo que seriam apenas mais 365 dias... com mais do mesmo do que tinham sido feitos todos os outros dias. Teriam momentos de alegria, outros de tristeza, tudo seria difícil de alcançar, para não variar, e como nem tudo o que mais ambiciono depende unicamente de mim, teria de ter muita paciência para esperar que "a coisa se desse"! A coisa não se deu. O ano foi mais triste do que feliz...perdi o meu avô para o cancro. Ver a sua batalha desorientou-me de sobremaneira. Não vi as minhas histórias nas prateleiras de uma qualquer livraria...ainda não foi desta! Não vi o meu maior sonho pessoal se concretizar...e por mais que tente não consigo ter a paciência desejada e esperar com a calma que é suposta. Perdi o gosto pela minha profissão, que tanto amava, por me desiludir com as pessoas...2011 foi O ano...das perdas e não concretizações. Foi um ano conturbado, mas que me abriu os olhos para muitas realidades que mantinha no mundo da fantasia. Nesse sentido foi positivo. Claro que os dias não foram todos maus. E não preciso de reler todos os meus posts para me lembrar disso. Mas tudo o que importava permaneceu na gaveta, ficou para depois...NÃO ACONTECEU!
Dizem que 2012 é o fim! Para ser franca, não acredito nesse tipo de previsões, pois o mundo vai acabando sim para quem vai partindo. Mas, como rezam as minhas histórias preferidas, os contos de fadas, o fim é sinónimo de felicidade e concretização. O melhor fica guardado para o final da história e os sonhos são concretizados nas últimas linhas. Quem sabe 2012 não será o meu final feliz? Terei de pagar para ver como correm estes 365 dias...e esperar que primem pela diferença...da BOA!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Rescaldo de Natal

O balanço é, sem qualquer sombra de dúvidas, positivo! 
Este ano esperava um Natal cabisbaixo, cheio de lágrimas pelos que partiram mas, principalmente, pelas notícias tenebrosas dos últimos dias. Contrariamente ao que eu pensei, todas as lágrimas foram largadas à tarde, no lugar certo, a sós, numa tentativa individual de exorcizar todas as dores. A noite de consoada, com as confusões que já lhe são inerentes, correu surpreendentemente bem! Fez lembrar Natais passados, em que a família exultava toda a alegria existente em cada corpo. De tal forma que contagiávamos a vizinhança, que se juntava à já longa mesa, a meio da noite, para cantar e, acima de tudo, rir! Nesta noite não se pensou em tristezas, más notícias...cantou-se e riu-se como se não houvesse amanhã, recebeu-se vizinhos. Nem da parte das crianças houve ansiedade para abrir presentes. A meia noite chegou sem darmos por isso! Sentimos a falta de quem cedo partiu e vivia esta época como ninguém! Mas, ainda que inconscientemente, decidimos todos sem exceção lembrar com um sorriso, trazendo as memórias, ainda tão vivas à mesa, para que a dor desse lugar a uma lembrança feliz! E deu! 

domingo, 25 de dezembro de 2011

Acerca da consoada...






...calorias de Natal não contam!










e


...o importante não são os presentes, mas a presença de quem os oferece!



Feliz Natal! 

sábado, 24 de dezembro de 2011

Então é Natal!



Então é Natal...que encontres a tua mesa cheia da companhia dos que mais amas. Que possam partilhar juntos as memórias dos que já partiram, sorrindo! Que a solidariedade, fraternidade, companheirismo, alegria e amor pelo próximo, próprios desta época, possam ser sentidos com fulgor durante todo o ano que se avizinha! Que o Natal seja Natal! Que sejas visitado pelos fantasmas de Natais passados e presente e que fiques agradavelmente surpreendido com o fantasma do Natal futuro! Que este seja um dia rico em memórias e em amor partilhado e que chegues à meia noite e tenhas à tua espera, no sapatinho, um abraço sentido, um sorriso e uma sensação de felicidade! 
A todos os seguidores, curiosos, amigos e familiares um Natal especialmente feliz, salpicado de magia!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Notícias pouco natalícias

Há notícias que caem como bombas...que são duplamente dolorosas, por relembrarem um passado recente com um final trágico...que não deviam ser dadas em momento algum, muito menos a poucos dias do Natal! Ontem foi dia de chorar a má sorte. De sentir a desorientação, a inquietação pelo que há para vir. Hoje é dia de arregaçar as mangas, cerrar os punhos com força e ajudar a travar mais esta batalha! Afinal, batalhas travadas a várias mãos têm mais probabilidade de saírem vencedoras! Agora é só procurar a fé no fundinho da alma e atacar com esperança e positivismo!

Sol de Inverno



O Inverno chegou, mas com ele trouxe o sol! Talvez para se refazer da chuva precoce e intensa, fora de época. Adoro dias "quentes" de Inverno! Aqueles em que podemos ficar atrás de uma janela, a aquecer a alma...e os pés!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Comunicações difíceis...

Ando a fazer os presentes de Natal e faltou-me papel de arroz.
Fui ao Office Park, reabastecer.
Já na loja:

"Menina, pode dizer-me onde está o papel de arroz?"
"O quê?" (com cara de quem nunca na vida ouviu falar de tal)
"Papel...de...arroz...(já na dúvida se estaria a dizer uma qualquer estupidez)"
"Só temos papel para embrulhar manteiga...para arroz não temos!"


Incrédula com a resposta que obtive de uma funcionária de uma loja que deveria ser especializada nestas matérias, lá expliquei o que pretendia, que até já tinha comprado lá o tal papel e afins...mas não tinham! Resignada dirijo-me para a porta e o papel de arroz quase me arranca um braço!

"Menina, desculpe novamente, mas não será este o papel de arroz?"
"Isso é papel de embrulho...não é?"
"Papel de embrulho? Quase a 4euros a folha? Hmmm..."


Escusei-me de qualquer outra palavra, muni-me do que precisava, paguei e saí rapidamente...


sábado, 17 de dezembro de 2011

Lembras-te?

Lembro-me tão bem da azáfama vivida nesta época.
Lembro-me de contar os dias, as horas, os minutos que, por serem contados, custavam a passar.
Lembro-me de aguardar as férias para assistir ao Natal dos Hospitais, no chão da sala, de pijama e robe.
Lembro-me da chegada do bacalhau, embrulhado em papel mata-borrão, que tinha dia marcado para ser demolhado.
Lembro-me da busca divertida pelo musgo mais bonito, para servir de tapete ao mais belo presépio, que o avô fazia.
Lembro-me da ceia, com 20 pessoas à mesa, do cheiro das couves e do bacalhau, de molhar o pão em azeite.
Lembro-me da lareira e de jogar ao rapa a pinhões, que saiam das pinhas que apanhávamos do chão durante toda a semana.
Lembro-me de nem sequer ouvir questionar a existência do Pai Natal, porque o importante era o Menino Jesus.
Lembro-me de colocar a bota debaixo do pinheiro, de ver 10 botas iguais à minha, vazias, expectantes pelo dia seguinte.
Lembro-me de acordar e correr para a árvore.
Lembro-me de ficar delirante com o único presente que havia mas ficar igualmente feliz com os chocolates que enchiam a minha bota. 
Lembro-me da partilha de sorrisos.
Lembro-me de receber os vizinhos, que adoravam o nosso Natal, e das cantorias até quase de manhã...
Lembro-me dos Natais passados...e tenho pena de não poder voltar atrás no tempo e reviver tudo, outra vez, com a mesma vontade, o mesmo espírito...e acima de tudo...com as mesmas pessoas...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Disfarça lá...




Só porque a pessoa em questão é demasiado especial para ficar triste por algo que me aconteceu...e por ser o seu aniversário...vou pôr a máscara feliz e contente! O que eu não faço por ti, papá do meu coração! 

Bang Bang...you're down!

Levantas-te cedo. Tomas um banho. Sorris quando pensas na noite anterior e no quão melhor te sentes. Diriges-te para o trabalho e continuas a sorrir. Chegas e és recebida com sorrisos igualmente sinceros...para logo a seguir seres esmagada com a força de palavras duras e que não mereces ouvir...Oh, well...the story of my life!

(Não posso deixar de agradecer este maravilhoso "presente" de natal antecipado...obrigadinha, sim?)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

E depois há outras terapias...

...capazes de verdadeiros milagres. Por quase 3 horas não me senti triste, nem vazia, nem incompetente, nem dispensável...senti-me preenchida, "gostada" e feliz! Diz-se que os amigos são a família que escolhemos. Hoje tive apenas mais uma prova do que já sabia! O jantar de Natal foi apenas uma desculpa que arranjamos para podermos dizer, sem palavras, o quanto gostamos de estar uns com os outros!
Obrigada a todos! 

(Porque há questões que só se curam à base de carinho do puro...)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Inevitável Segunda






Não há como detê-la, não há como melhorá-la...há apenas que tentar passar por ela de fininho, para não fazer muitos estragos...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dia 44: Ora bolas!



(enquanto coloriam uma recriação do nascimento de Jesus...)


"Teacher, existem vacas castanhas com bolas pretas?"
"Não...vacas com bolas não existem..."




(a língua portuguesa é de facto muito traiçoeira!)



Não estou pr' amar!


Num dia como hoje, devia ser expressamente proibido, aqui a je, sair de casa! Não me devia forçar a falar com ninguém, a sorrir sem vontade para ninguém, a explicar as razões porque comi contrariada a ninguém, e, principalmente, a ser politicamente correcta com ninguém. Se já nos dias normais me custa ser politicamente correcta, em dias de azeites a coisa piora consideravelmente...
Hoje o dia era bom para o isolamento de estados de alma, sem proferir palavra, sem olhar ninguém nos olhos, sem decisões e sem opiniões. 
Hoje o fim do dia será mesmo assim...e amanhã já será outro dia.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Dia 43: Confusões matemáticas



"Ui D.! Tiveste Não Satisfaz a Matemática? Nem parece teu..."
"Oh professora, que quer? Os problemas de matemática...o meu pai não os sabe resolver..."
"Já percebi porque tiveste negativa...não é o teu pai que tem de os resolver...és tu!"

Dia 42: Uma questão "atómica"

"Sabe professora, esta noite dormi muito mal!"
"Ai sim? Porquê D.?"
"Vomitei muito...tive uma dor de barriga atómica!"
"Quê? O que é uma dor de barriga atómica?"
"Oh professora, é que estava ali a ler sílaba atómica (leia-se sílaba tónica) e lembrei-me de dizer..."

(Verdade seja dita...se a dor de barriga era mesma a mais acentuada, até faz o seu sentido!)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Saudades

Faz amanhã 5 meses que partiste para longe de nós, que deixaste no teu lugar a dor da tua ausência, o vazio que jamais conseguirei preencher, a saudade imensa de já não te ter. Olho para trás e, se por um lado me parecem tempos distantes, por outro não quero acreditar que já passou todo este tempo...123 longos dias que se foram atropelando uns nos outros, no meio de lágrimas, sorrisos saudosos e uma dor indefinível. Estás presente em todos os momentos importantes que vivemos em família. És lembrado com amor. Mas ainda persiste aquela sensação de incredibilidade, de não ser o momento certo, de dor pela luta dolorosa que travaste! Tenho tantas saudades tuas...fazes-me tanta falta! E nos momentos mais inesperados e mais simples. Sinto saudades de te ver sentado à lareira, de conversar contigo na mesa da cozinha da minha mãe, de fartar-me de comer bacalhau, porque eras um fiteiro para comer e todos te paparicavam, de me rir sempre que inventavas uma das tuas palavras novas...de te dizer que te amo e que foste és um marco na minha vida! Estás vivo no meu coração, que sofre com a incapacidade de acreditar que partiste para sempre...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma questão de caráter

Caráter não se ganha, não se transmite, não se ensina. Ou se tem ou não se tem. E quem tem, já nasce com ele!
Tenho dito!

Sabor a sexta feira




E lá apareceu a sexta feira, com um travo a segunda, mas uma segunda gostosa...mais umas horas e estamos no fim de semana! Ah, o fim de semana esses dois dias mágicos, cheios de preguiça, asneiras doces, sem horários para cumprir...Adoro o sabor a sexta feira! 

Dia 41: Momentos mal cheirosos

(Aula ao 1º ano)


"Teacher...cheira mal aqui..."

"C....foste tu outra vez?"
"Não professora...não fui eu!
"Vá, diz a verdade. Foste tu ou não?"
"Não fui professora. Não fui, a sério, porque o meu cu está fechado..."


(Ainda tentei, mas não consegui prender o riso...)
"Não se diz isso, C. (ainda a sorrir, contra a minha vontade) Afinal das contas, foste tu ou não?"
"Fui, pronto!"

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tradições que se cumprem





Como manda a tradição cá de casa, hoje é dia de montar e enfeitar a árvore de Natal!
A ver se a magia do Natal me traz o bom humor, perdido algures por aí...

Dia 40: Cantorias



Cenário: Sala de 1º e 2º ano
Cena: Ensaio da canção para a festa de Natal
Modo desconcentrado: On

(depois de voltarem à Terra, com o auxílio de um ralhete em tom...digamos, mais alto que o costume)

"Estão a ver como fazem bem? Mas foi preciso ralhar...temos de ensaiar para fazermos bonito na festa. Ou acham que eu também vou ralhar na festa? Nem pensar!"

"Pois professora...era uma vergonha! As pessoas iam todas dizer: Ui...que horror...estes meninos não são para danças!"  
(adorei o termo "não são para danças", saído da boca de uma pequena de 7 anos)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dias que doem

O meu humor anda como o tempo...demasiado incerto para o meu gosto! Gostava de poder pensar de outra maneira, mas a verdade é que certas coisas só me acontecem a mim...ou melhor...só não me acontecem a mim! Durante muito tempo pensei ser uma pessoa "gostável", de fácil trato. Nos últimos tempos tenho vindo a perceber que não é bem assim. Que simplesmente faz jeito ter alguém como eu por perto. Talvez pela minha maneira de estar, pela paixão que ponho no que faço, por ser altruísta (sem falsas modéstias). E chegar a esta conclusão é demasiado difícil. Faz-me sentir só, infeliz e acima de tudo frustrada com tudo o que me rodeia. Faz-me pensar com mais frequência em tudo o que não consegui alcançar na minha vida, em todos os projetos que ficaram na gaveta, em todas as metas que ficaram por vencer...no quão medíocre sou. Faz-me pensar que afinal sou descartável e que quando deixo de fazer falta, me torno transparente e insignificante. Deixo de ser vista. E todos sabemos bem que, quem não é visto, não é lembrado!
Há dias assim...em que não vale a pena ouvir os amigos com as suas teorias de que és importante, porque os demónios que te afligem falam bem mais alto. Aliás, gritam dentro da tua cabeça, ecoam num eco sem fim, tão persistente que te faz acreditar no que repetem incessantemente.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dia 39: Deduções lógicas





(Ontem)


"Olhem, isto hoje não vai correr bem se optarem pelo barulho..."
"Pois...é segunda-feira!"  (Este miúdo vai longe! Mestre da perspicácia!)

Dia 38:Teorias natalícias



(ontem)
"Oh professora eu acho que sei porque é que os elfos são verdes..."
"Conta lá F."
"Eu acho que tudo era verde, mas depois o Pai Natal ficou vermelho por causa da coca-cola...mas a coca-cola não deve ter patrocinado os elfos e eles continuaram verdes!"



(pareceu-me uma ótima teoria...)

domingo, 27 de novembro de 2011

?

Já sentiram o desânimo martelar a mente, incessantemente, sem dó nem piedade?
Já se sentiram assoberbados pela sensação de vida incompleta?
Já se sentiram esmagados pela vergonha de tudo o que não conseguiram alcançar?

sábado, 26 de novembro de 2011

Correspondências próprias da época

"Sabes madrinha, já escrevi a carta ao Pai Natal. Só pedi 2 coisas!" (orgulhosa pela sua tão curta lista...)
"Só 2? E não achas que é mais sensato assim?"
"Sim...mas também lhe disse no fim: Se me quiseres dar mais alguma coisa, eu aceito!" 

(Sim, que a minha afilhada não é pessoa para fazer desfeitas a ninguém! Muito menos ao Pai Natal!)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Transparências




A sensação de ser transparente não é nada boa! Além de fingirem que nao me vêem, passam-me por cima cá com uma pinta que até me deixam atordoada...essa é que é essa!

Que se fo**!

Em todas as questões da minha vida esforço-me para agir em conformidade com os meus valores, as minhas convicções. Ainda não me habituei foi à ideia de que não devo julgar os outros por mim... Tenho convicções fortes, sim! É verdade! Ponho paixão naquilo que faço! Sim! Também é verdade! Não saberia agir de maneira diferente. Contudo, não paro nunca de me surpreender (e não propriamente pela positiva) com a falta de senso comum. 
Ontem tomei uma decisão. Vou procurar outro emprego. Algo que não me deixe frustrada, que não me diminua perante os meus pares. Não foi uma decisão tomada de ânimo leve. Não vai ser para pôr já em prática. Mas tenho de me preparar com antecedência. Chego à conclusão que amar a profissão é a minha kriptonite, o meu ponto fraco, com que, maliciosamente, alguns jogam de modo a me magoar de forma indescritível. 
Hoje gostava de ter o dom de ler pensamentos. E juro que não ia abusar, ou usá-lo para futilidades. Apenas queria compreender certas atitudes, para também entender qual o meu valor enquanto profissional. 
Amanhã será um novo dia. Mas jamais serei a pessoa de anteontem. O ontem magoou-me mais uma vez...o hoje esclareceu-me! O amanhã será diferente...incerto, é verdade, mas com direcções mais definidas pelas mágoas impossíveis de apagar.

Dia 37: Greve

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dia 36: Entusiasmos de artista

(Depois de explicar a minha visão para a actuação da festa de Natal)


"Oh Teacher...você é a maior!"
(Ok...é possível que me tenha entusiasmado um bocadinho...mas eu seja cadela se não vão fazer tal qual eu disse...E BEM!)

Para descrever o que sinto hoje...surge-me apenas o adjectivo
Indignada!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dia 35: Verdades são para serem ditas






"V. deixa-me lá ir embora! Estás aí à minha frente a olhar para mim porquê?"
"Porque tu és muito linda!"






Porque há dias em que quero acreditar que as crianças não dizem mais do que a PURA verdade... 

Dia 34: Interesses que falam mais alto

(Escrito no quadro preto, a giz de várias cores) :

"Teacher nós gostamos muito de si. É muito nossa amiga. Nós queremos pedir desculpa pelas vezes que não nos portamos bem. É que queremos comer as ginger cookies na última aula...Adoramo-la!"


Subtileza ao seu mais alto nível...digo eu!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Espelho meu, espelho meu

Quando nos amamos de forma exacerbada é um perigo. O complexo de Narciso ataca e parece que nada mais importa no mundo. Aliás, o próprio mundo gira em volta do nosso lindo e perfeito umbigo. A Lua aparece no céu para nos ver dormir, o Sol simplesmente existe para nos contemplar e iluminar...e as nossas opiniões são quase como bíblias a seguir, dogmas irrefutáveis...verdades absolutas. Somos únicos e cheios de virtudes, fazemos tudo bem e somos perfeitos! Olhamos os outros com desdém, abanamos a nossa cabeça, desaprovando atitudes reprováveis, próprias de gentinha imperfeita (tentando esquecer que também já as tivemos um dia). É maravilhoso viver no Mundo Encantado do Eu!
Sempre gostei particularmente de ditados populares e há um que se aplica e eu associo silenciosamente em muitas ocasiões. Diz assim: "Gaba-te cesta, que vais à vindima!" É essencial gostarmos de nós, termos opiniões formadas, termos amor próprio! Mas, tal como no amor ao próximo, quando cai no exagero, o sentimento é doentio e destruidor...A mim faz-me efectivamente confusão conviver com "Narcisos" e "Bruxas Más" que vão olhando ao espelho e adorando o seu reflexo, sempre alerta para que ninguém roube a sua imensa importância! Afinal, o que seria do mundo sem as suas palavras? Viveríamos todos na ignorância!

Faz lá o que tens a fazer, Segunda...

sábado, 19 de novembro de 2011

No escurinho do cinema

Ontem tive a certeza da minha antiguidade...
Não aguento estar a ver um filme e ouvir comentários típicos de adolescentes, em voz alta, na tentativa desesperada de ser engraçadinho...Se querem fazer stand up  que vão para os sítios próprios, que eu se pago bilhete para cinema é porque quero assistir a um filme...
Que saudades eu tenho do tempo da minha sala de cinema do Shopping Town, altura em que o bilhete era barato, e o "Lanterninha", senhor bem posto e de bigode, munido de uma pequena lanterna, nos conduzia ao nosso lugar e mandava calar os mais festivaleiros. Nessa altura ir ao cinema podia significar apenas 3 coisas:

VER efectivamente um filme
Fazer "marmelada ligeira" (Hmmmm)
Dormir...

Qualquer que fosse a hipótese escolhida, era levada a cabo no ESCURO e no SILÊNCIO! 
Saudades! 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Assuntos difíceis

Há temas de conversa que me deixam completamente desarmada e arrasada, para o resto do dia...hoje foi assim! Primeiro um tema que me dói especialmente e me faz carregar uma culpa que não devia existir. Depois apenas mais do mesmo, mas relativo a uma amiga. Há assuntos que simplesmente não deviam ser tocados, por não fazerem parte do mundo real...pois é demasiado fácil opinar e "aconselhar". Mas na verdade, só quem vive certas situações devia ser autorizado a falar sobre elas...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Onde estás, Rui?

Lembro-me do choque que senti quando, pela primeira vez a mãe Filomena, desesperada, apelava para que lhe devolvessem o seu filho. Lembro-me de ver a minha mãe chorar a olhar para a televisão e dizer-me "Preferia ver-te morta, do que não saber o teu paradeiro...". Lembro-me de pensar o que estaria a sentir aquele menino, longe de casa, da família, sem saber qual seria o seu destino. Lembro-me de, apenas um ano depois, ouvir sobre o rapto de outro Rui, Rui Pereira...este aqui da terra...e do mesmo desespero no olhar da mãe!
13 anos passaram. Nos olhares destas mães existe apenas um grande vazio, como se a vida tivesse ficado em suspenso, como se tivessem sido anestesiadas, anestesia essa que não tirou a dor mas as deixou sem reacção. A impotência, imprópria do papel de mãe, transborda-lhes de todos os poros e penso que será isso mesmo que as esmaga a cada dia e as vai matando, a cada segundo. Por outro lado, como se sentirão estes meninos, que se fizeram homens, longe de todos? Estarão vivos? O que terão passado durante estes penosos anos? De que terão sido vítimas? Será que baixaram os braços? Será que se resignaram à sua má sorte? Ou será que continuam com a mesma esperança que as mães e aguardam apenas o momento certo para conseguirem escapar de quem os roubou? 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dia 33: Uma questão de sangue




"Sabe teacher, quando vejo um filme com cobras, depois de noite sonho que elas estão a dar cabo do meu pai..."


(Surpreendidíssima!) "E gostas muito do teu pai, certo, G?


"Claro...!"

Chuva, chuva, chuvinha...

Detesto estes dias tenebrosos de tempestade. Não me apetecem cores. Enfio a primeira coisa escura que encontro no armário. Dá-me vontade de comer chocolate, ainda mais do que o habitual. Arrasto-me para o trabalho e os miúdos estão insuportáveis, tal não é a energia reprimida naqueles pequenos corpos... basicamente, todos os dias chuvosos me sabem a segunda feira, o que não é nada positivo, dado o meu ódio de estimação. O.K, o sol já hibernou, mas a chuva não tem de se impingir assim desta maneira! Já sabemos quem manda, chuvinha dum raio!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dia 32: Desculpas esfarrapadas

"Professora, o J. está a rir-se de mim porque eu cortei a franja..."
"Não estava nada professora...foi o R. que me contou uma piadinha!"


(Eu, já sem paciência para queixinhas...lembrem-se que é segunda!)
"R. conta lá a piadinha, que nos queremos rir todos..."


"Quer dizer (sentimento de culpa, olhos no tecto à procura de uma desculpa rápida, já que não podia olhar para a franja da colega, que o fazia rir)...não foi o R.! Fui eu que disse a mim mesmo, para a minha cabeça, lá dentro...e como era muito engraçado...eu ri-me!"




Mal de Segunda...


Arriscava três, dado o belo estado de tempo de hoje...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dia 30: As iludências aparudem...

Cenário: Mesas completamente desarrumadas
Personagens: Turma de 4ºano
Cena: Entrada na sala

"Primeira coisa a fazer é arrumar essas mesas! Devemos manter a nossa mesa como mantemos a nossa cara: bem limpa!...Nem sei como têm as mesas neste caos...quando eu andava na escola..."

"...nem havia cadernos, não era professora?"

("Não! Não havia cadernos, mas em compensação a nossa professora deixava-nos levar o nosso dinossauro!" - foi o que me apeteceu responder!)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dia 29: Confusões (im)próprias

Aula ao 1º ano:

"Mas tu estás a gozar comigo, C.?"
- sorriso-
"Tu por acaso gozas com a tua mãe?"
"Gozo..."
"Pois, mas então olha bem para mim, porque eu não sou a tua mãe!"
- castigo ... sem sorriso -

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dia 28: Valhe-nos o Senhor!


Turma: 3º ano
Olho para trás e vejo dois alunos a ... benzerem-se!

"Então meus anjos? Não estamos na catequese..."

Do outro lado só tive alguns risos nervosos e uma vermelhidão daquelas!
(Fiquei intrigada com esta reacção...serei eu o anti-cristo destes moços?)

Casei...e agora?

No casamento de uma amiga, este fim de semana, surgiu a conversa das mudanças que acontecem nos casais depois de assinarem o papel. Numa conversa leve e franca, sem falsos moralismos e conversinhas da treta, nós, as casadas, lá fomos chegando à conclusão que tudo muda quando um casal casa. Não é um conto de fadas nem a vida a dois é cor de rosa (é que não paro de me surpreender com notícias de divórcios, alguns deles até violentos, de casais que exultavam amor por todos os poros!)! As fachadas nunca foram o meu forte. E é normal um casal que partilha toda a sua vida, a intimidade, os tiques e manias, os bons e maus hábitos, economias nem sempre fáceis, tenha questões a discutir. Lá falamos dos homens, que adoptam uma postura mais relaxada em relação a nós, mulheres. Ficam menos afectuosos, mais machos...e depois, a ferros lá saiu a confissão de que nós também mudamos. Creio que estas mudanças são muitas vezes inconscientes...mas lá que existem, existem.
Estranhas as relações humanas. Como podem mudar, quase do dia para a noite. Como são controversas, por vezes. No decorrer da conversa, fui-me apercebendo que eu e o meu marido não somos de outro mundo, não somos os únicos a ter problemas (muitas vezes por coisa nenhuma), não somos os únicos a lidar com a insegurança. Gostei da partilha de vivências e de pontos de vista. Gostei de perceber que todos os problemas não são de facto sinónimo de perda de paixão, mas apenas uma pequena parte do crescer a dois, de formar uma nova família. Nem sempre as mudanças são bem vistas, mas são com toda a certeza necessárias para a formação e evolução de uma vida a dois. Acredito que quando chegam os filhos as mudanças fazem-se sentir novamente...e até com mais voracidade. Se pensarmos bem no assunto, porquê pensar que nada muda com o casamento, quando na realidade a mudança é atroz? Passa a ter de se partilhar tudo, não se pode sair e pensar no assunto no dia seguinte ou daí a alguns dias, não se pode virar as costas às situações menos agradáveis porque elas estão mesmo ali, no meio do que é nosso...NOSSO...não MEU...não TEU...NOSSO! Haverá algo mais maravilhoso e perturbador do que deixar de ser EU para passar a ser NÓS? 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dia 27: A menina que mordeu como um cão

Hoje (claro! afinal é segunda feira!) fui surpreendida por um ataque de fúria tamanho que me assustou! Nunca tinha presenciado uma perda absoluta do controle das emoções de alguém tão pequeno. A menina em questão estava fora de si porque a colega lhe tinha puxado a camisola! Acto que foi punido com puxões de cabelo e uma brutal mordida num braço. À minha questão do porquê de tal violência, a resposta foi no mínimo peculiar:
"A camisola é nova!" 
De facto as crianças são capazes do melhor e do pior. E a menina em questão é o exemplo vivo disso mesmo. É óptima aluna, perspicaz e imaginativa. Contudo, a sua agressividade deita tudo por terra e começa a deixar-me bastante apreensiva. Deve ser travada desde já, juntamente com a sua relutância incapacidade de se desculpar por tudo o que faz de errado. Como crescerá esta menina? Que tipo de adolescente será? Em que adulto se transformará? Confesso-me preocupada...

Jantar de domingo

Bolos!
Estou de dieta até ao próximo sábado...ou não!